Refinaria Manguinhos avança 5,94% em 2025 e mantém trajetória de recuperação

As ações da Refinaria de Petróleos Manguinhos S.A. (RPMG3) encerraram o pregão recente cotadas a R$ 2,85, sem variação no dia. O papel operou com abertura a R$ 2,93, mas teve mínima e máxima fixadas em R$ 2,85, com volume financeiro modesto de R$ 2.293 e apenas cinco negócios realizados. Apesar da estabilidade no pregão, o desempenho em 2025 acumula alta de 5,94%, enquanto o avanço nas últimas 52 semanas é expressivo: 38,34%. No entanto, no acumulado de abril, o papel registra recuo de 1,04%.

A companhia, fundada em 1954 por Drault Ernanny, é uma das refinarias mais tradicionais do Brasil. Com capacidade para processar 15 mil barris de petróleo por dia, Manguinhos atua no refino de derivados como gasolina comum, diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), óleo combustível e solventes especiais. Sua operação vai além da produção: a empresa conta com um terminal marítimo próprio, apto a receber embarcações com calado de até 9 metros. Esse terminal está diretamente interligado à planta industrial por meio de dutos, o que proporciona ganhos logísticos relevantes e redução de custos operacionais.

O histórico da refinaria é marcado por eventos decisivos. Em 1964, a empresa passou por um processo de desapropriação determinado pelo então presidente João Goulart, mas a medida não foi concluída. Em 1998, metade do capital foi adquirido pela argentina YPF, e, dez anos depois, a companhia foi comprada pelo Grupo Andrade Magro.

Após anos de dificuldades operacionais, a planta passou por um processo de recuperação estrutural em 2009, o que possibilitou a retomada da produção em 2010. No entanto, em 2012, a refinaria voltou a ser alvo de um decreto de desapropriação, desta vez emitido pelo governo do estado do Rio de Janeiro. A medida foi suspensa em 2014 por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo a continuidade das operações.

Apesar dos desafios, a empresa mantém sua presença no mercado de capitais. As ações da Refinaria de Petróleos Manguinhos estão listadas no Novo Mercado da B3, o segmento de mais elevado padrão de governança corporativa. Os papéis ordinários estão disponíveis sob o código RPMG3, e também podem ser negociados em lote fracionado (RPMG3F).

A trajetória recente da empresa sinaliza uma recuperação gradual, mesmo após o pedido de recuperação judicial protocolado em 2016, devido a uma dívida superior a R$ 2,5 bilhões junto ao governo estadual fluminense. O cenário atual mostra um movimento cauteloso, mas com indicadores positivos que podem atrair a atenção de investidores em busca de ativos com potencial de valorização.